Apaixonados pela localização, perto do parque Ibirapuera, SP, e pela moderna fachada geométrica, a casa antiga não assustou o casal que buscava uma morada contemporânea. Ao contrário; foi o estímulo para que pusessem nas mãos da arquiteta Consuelo Jorge a reforma total do imóvel.

O estado lamentável dos acabamentos, somados a pouca luz e layout compartimentado, bem à maneira antiga, fazia a casa de 400 m² parecer bem menor. Assim, arquiteta apostou numa planta aberta privilegiando área de convívio e conferindo novos usos aos espaços para modernizar a casa.

Uma das primeiras providências foi derrubar as paredes desnecessárias e inserir grandes aberturas de vidro, com portas de correr, para garantir a ausência de barreiras visuais e a entrada da luz natural. A varanda, por exemplo, tornou-se uma extensão da sala.

Com apenas cinco metros de recuo, o desafio foi "alongar" o espaço para conferir sensação de amplitude. Para isso, Consuelo apostou na paginação do piso em réguas que acompanham o revestimento das paredes laterais também no sentido horizontal, no longo banco de concreto que percorre o ambiente de fora a fora e no jardim vertical impecável de Alex Hanazaki.

Outra solução usada para ampliar e conferir uniformidade (que gosto muito e que considero um dos pontos altos do projeto) foi o grande painel de cumaru que percorre o living passando para a área externa, onde ganha nicho e aparador transformando-se também num apoio.

JUNTAS E SEPARADAS

No novo layout, a sala de jantar, embora faça parte (e seja vista) da sala principal, fica em um nível acima, intermediário, e é ligada por uma escada de três patamares que leva também ao segundo pavimento onde ficam as três suítes da casa.

A sala de jantar que parece flutuar ganhou guarda-corpo de vidro garantindo leveza onde outrora existia uma pesada grade de ferro.

Para o interior, a paleta neutra foi eleita com ênfase no concreto, vidro e madeira pontuados elegantemente por cores mais quentes, como o tapete alaranjado da Odegard, cheio de personalidade.