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19 abr

Clássicos do design brasileiro: Sérgio Rodrigues

Garimpo | Atemporal Compartilhe no Whatsapp

Poltrona Mole. Banco Mocho. Cadeira Chifruda. Quem não quer um móvel de Sérgio Rodrigues? O talento do designer hoje transcende épocas e estilos, mas nem sempre foi assim. O Mestre, que foi o primeiro a levar o design brasileiro para a escala industrial e atrair os holofotes internacionais, já teve - pasmem - suas peças rejeitadas.

Além de designer de produtos, Sérgio Rodrigues era também decorador, cenógrafo e arquiteto. Em quase um século de vida, acumulou a surpreendente marca de cerca de 1.300 diferentes modelos de móveis que romperam quase debochadamente com as pomposas referências europeias vigentes na época e inauguraram uma criação despojada, lúdica e tipicamente brasileira. Seus trabalhos eram inspirados em nossas mais profundas raízes como o catre, a rede, o sentar do caipira, do jagunço e até do singelo objeto indígena, embora ele carregasse também outras referências refinadas.

É MOCHO.

A primeira peça de Rodrigues, o Banco Mocho de 1954, é inspirada em memórias da infância: a leiteira sentada sobre um banquinho ordenhando a vaca. O Mocho foi considerado na época uma resposta ao Modernismo.

É MOLE?

Quem deu esse nome foram os operários da fábrica que diziam "pega lá aquela poltrona molenga..." , "... é aquela poltrona mole...". O nome pegou! No auge da carreira, nas décadas de 50 e 60, Sérgio Rodrigues criou a famosa Poltrona Mole de jacarandá e couro para o estúdio do fotógrafo Otto Stupakoff. O fotógrafo não teve dinheiro para pagar mas ofereceu uma fotografia de caráter internacional para o lançamento do móvel. Sérgio topou. Foram fotografar na praia, no Leblon, Rio de Janeiro, com a maré baixa. Reza a lenda que o fotógrafo demorou tanto para ajustar a câmera que as ondas vieram e quase levaram a poltrona! Naquela época a moda era móvel certinho e a Mole, diferente e meio desconjuntada, amargou um ano de vitrine sem comprador. Sua sorte mudou no entanto quando foi comprada pela diretora do Museu de Arte Moderna do Rio, que a descobriu no fundo da loja e ela foi parar em uma galeria de arte ao lado de vizinhas ilustres da Bauhaus. Depois disso, o empresário Roberto Marinho comprou mais duas para o seu iate. Premiada no Concurso Internacional do Móvel de Cantú, na Itália, que estampou seu nome na enciclopédia Delta Larousse, o sucesso da Poltrona foi catapultado à glória e hoje ela faz parte do acervo do Museum of Modern Art de Nova York (MoMA).

OSCAR, MUITO PRAZER

Em 1956, o Jockey Club do Rio de Janeiro encomendou para Sérgio Rodrigues, um designer carioca em ascensão na época, cadeiras para seu salão de jogos. Ele criou duas peças batizadas de "Cadeiras Jockey". As peças eram leves, com curvas, estrutura em jacarandá e assento e encosto de palhinha. O Jockey não gostou. Recusou as peças alegando serem "muito modernas" e com a "cara" de Brasília. No mesmo ano, a cadeiras foram expostas na Oca, loja de Sérgio Rodrigues no Rio onde Oscar Niemeyer garimpava os móveis para seus projetos. Não deu outra. Foi amor à primeira vista e Niemeyer comprou as duas para sua filha. Sérgio Rodrigues não se fez de rogado, rebatizou na hora sua criação que passou a ser conhecida como Cadeira Oscar.

ASPAS, MAS PODE CHAMAR DE CHIFRUDA

Pouco depois, em 1962, Rodrigues criou a Chifruda para a exposição "O Móvel como Obra de Arte" que montou na loja Oca. Do protótipo original da poltrona foi produzida apenas uma unidade em jacarandá e couro. Seu nome original era Aspas, mas ela ficou mundialmente conhecida como Chifruda. Ficou anos "perdida" até que em 2008 foi arrematada por um americano por US$ 30 mil dólares. Chamado para restaurar a poltrona, Rodrigues teve a ideia de reeditá-la. Foi relançada em 2009 na Espasso, loja de Nova York especializada em design brasileiro, em edição limitada e numerada. Já participou de mostras e exposições no Brasil e no exterior.

E AÍ, O QUE ME DIZ?

A Poltrona Diz é jovem. Feita em 2001 essa poltrona consegue a façanha de ser incrivelmente confortável sem um único estofado. É feita totalmente em madeira! Segundo Sérgio, a Diz é o conforto duro em oposição à Mole. Hoje é uma das peças mais disputadas do Mestre. Mas a Diz original é um pouco diferente das que vemos no mercado atualmente. Em sua concepção original, as conchas do assento e do encosto possuem cada uma com 24 réguas de madeira maciça e seção trapezoidal para formar a curvatura. A colagem é feita com auxílio de uma forma e a peça depois é usinada. Cada régua tem o formato de uma bengalinha com uma curva na extremidade para formar o caimento das extremidades do assento e do encosto. Hoje, o assento e o encosto da Diz são feitos com compensado moldado numa grande prensa de alumínio e já sai naquele formato no processo de fabricação industrial.


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