Projeto para área social de um apê alugado
Sabe aquele momento que bate a necessidade de ter um "canto" próprio? Pois é, ele chegou para o casal Fábio e Pablo que, depois de morar 10 anos com amigos, alugou um apartamento e chamou o arquiteto João Panaggio para fazer as alterações começando pela área social.
Para viverem na companhia dos pets, Oliver e Thomas, o casal decidiu alugar o apê de 98 m² na mesma região onde já moravam, Copacabana. O apartamento fica no sétimo andar, com janelas que enquadram a vista sobre a copa das árvores, garantindo amplitude visual, iluminação natural e boa ventilação nos ambientes. Para o projeto, Fábio e Pablo deram total liberdade de criação ao arquiteto, pedindo apenas um home office na sala, um móvel-bar para receber os amigos e que fossem mantidas algumas características originais do imóvel, combinando-as com uma proposta de decoração despojada.
Assim, de uma forma simples e bem prática como requer os alugados, não houve grandes mudanças e apenas uma reconfiguração do layout. O arquiteto trabalhou com intervenções estratégicas nos 45m² da área social, que garantiram o efeito desejado pelos clientes; um apê acolhedor, elegante e funcional. A planta do imóvel não foi mudada, já que numa obra anterior, o ambiente social já havia sido integrado a um terceiro quarto, dando origem a uma grande sala em plano aberto. "Mantivemos a integração e optamos pela setorização através da diferenciação das cores, iluminação, materiais e texturas, que permitem aos moradores e visitas estarem sempre juntos, ainda que explorando funções variadas, seja no ambiente de estar com TV, home office, bar ou sala de jantar" conta Panaggio. A execução do projeto, com pintura, iluminação e marcenaria, foi feita em 15 dias.
DETALHES: SETORIZAÇÃO EM AMBIENTES INTEGRADOS
O hall, adaptado aos novos hábitos pós-pandemia com cadeira Thonet (para tirar os sapatos e apoio para pequenos objetos) recebeu pintura verde nas paredes replicada também no teto, criando um visual inesperado com efeito de caixa, logo na entrada. Já a sala de jantar ganhou as clássicas boiseries com uma seleção de mobiliário que confere seriedade e elegância ao espaço.
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Ao lado deste ambiente, foi criado um canto de leitura com a poltrona Paulistano, de Paulo Mendes da Rocha, um ícone do design, e quadro do artista Beto Gatti. Repare que o quadro está deslocado do centro da parede - e não briga com o pendente sobre a mesa - e está "encaixado" na boiserie; ficou lindo! Plantas em vasos de barro natural apoiados em suportes de metal preto, de diferentes alturas, humanizaram o espaço.
Para o home office o arquiteto criou uma bancada única de trabalho que se estende ao longo de uma das janelas da sala, voltada para as copas das árvores. Essa localização ficou é ótima porque aproveita ao máximo a incidência de luz natural e ainda relaxa quando precisamos dar aquela pausa, né? Repare ainda na sutileza da moldura em marcenaria aplicada em todo o vão que delimita a transição dos ambientes. O Bar, também um pedido dos clientes, foi desenhado pelo arquiteto e executado em marcenaria fixada em uma das paredes na extremidade da sala. Por não ir até o chão, o resultado é leve e interessante.
VIVA O MOBILIÁRIO DE DESIGN BRASILEIRO!
Já a sala de estar com TV é assumidamente o ambiente mais descontraído do pedaço, com pegada sutilmente industrial trazida pela iluminação em trilho com spots, estante com cabo de aço, cimento queimado na parede e pontos da cor preto fosco. Destaque para o grande banco sob a janela (revestido com ladrilhos brancos e rejuntes pretos), as paredes com textura cimentada, a marcenaria desenhada pelo arquiteto para resolver os armazenamentos necessários e os mobiliários assinados por designers brasileiros, como as banquetas Caíque de Felipe Madeira, a poltrona Pliant Boomer de Felipe Protty, a poltrona Paulistano de Paulo Mendes da Rocha, a mesa de centro C41 de Marcus Ferreira e, do designer Jader Almeida, a luminária de piso Memory, os bancos Philips e as mesas de apoio Jardim.
Fotos: Wallace Nogueira
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