Após adquirir esta casa um renomado fotógrafo que queria se mudar a toque de caixa chamou o amigo, o arquiteto Guilherme Torres, para trocar algumas ideias e fazer as modificações necessárias no imóvel. Logo nas primeiras reuniões eles optaram por usar as cores escuras como base com gradações entre o grafite e o preto. Os tons eleitos para o projeto conferiram aos ambientes um mood bem masculino, já que a casa antiga possuía muitos apliques em gesso e clima mais delicado. Outro motivo para a escolha desses tons foi a possibilidade de o artista, que tem como marca registrada as cores fortes, poder expor seu trabalho pelas paredes da casa como uma grande exposição.

A combinação da neutralidade da base com a perfeita jogada das cores nos detalhes, somado ao mobiliário contemporâneo - alguns criados pelo próprio GuilhermeTorres, como o sofá Slice e a mesa Jet - conjugado com peças vintages de grandes mestres como Sérgio Rodrigues e Jorge Zalzupin, refletem um projeto cheio de referências e identidade. No living, chama atenção a composição em degrade dos módulos do sofá em contraste com a luminária Dear Ingo, da Moooi. Para integrar a área externa, grandes vãos na alvenaria foram abertos e a sala de refeições foi totalmente integrada. Neste ambiente, a mesa Jet, edição especial em cimento, faz contraponto à luminária feita com tubos de cobre, assinada pelo morador. Os tapetes iranianos coloridos espalhados pelos ambientes imprimem a pegada rock'n roll.

Matéria de Marcelo Segrini, artista plástico e designer de interiores

Fotos: Denilson Machado / MCA Estudio