Combinando concreto, madeira e vidro, em Avaré, considerada uma estância turística, a fazenda fica no braço da represa e tem 1530 m² de área construída. Dizem que a natureza e o por do sol por lá são lindíssimos e foi exatamente isso que o novo projeto de Sandra Sayeg contemplou, enquadrando belas visadas.

Feito como segunda residência, para a família usar como lazer nos fins de semana, o projeto preservou a área, mas atualizou a arquitetura, a planta e as dimensões dos ambientes que estavam desatualizadas. A princípio, a demolição total até foi considerada para se erguer uma nova sede, mas, após uma análise, a arquiteta verificou que a antiga casa tinha uma ótima implantação e que seria possível aproveitar as fundações e a estrutura em concreto, em especial a laje nervurada entre o primeiro e segundo pavimentos. Dessa forma, foi possível minimizar custos, movimentação de terra e geração de entulhos.

Com a demolição necessária, das paredes e telhados, a arquiteta criou uma planta livre e simples e a nova casa, agora aberta e toda ladeada por caixilhos de vidro e madeira, passou a privilegiar a vista da represa, além de garantir iluminação e ventilação naturais.Também foram implantados sistema de aproveitamento de águas pluviais, painéis solares e instalação de sheds (que promove a ventilação cruzada), reduzindo consideravelmente o consumo de energia e preservando o bem-estar dos moradores. Ponto para a Economia e Sustentabilidade!

BELEZA EM DOIS PAVIMENTOS

A casa principal tem dois pavimentos. No andar superior, um grande vão definido por uma cobertura reticulada de madeira e vidro conecta as três suítes com a área social e de serviço. A entrada da casa se dá através deste espaço, que é acessado por uma passarela. Na ala dos dormitórios, pilares e vigas de MLC (Madeira Laminada Colada) foram ancorados na laje existente. Na ala de estar, vigas de madeira com 14 metros de extensão foram colocadas sobre os pilares e vigas remanescentes de concreto, formando balanços de 4,5 metros ao longo do grande terraço que circunda a área de estar. No pavimento inferior, a planta tem setorização semelhante ao piso superior, proporcionando privacidade e um outro acesso para quem vem da piscina e da represa.

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LEVEZA E SUSTENTABILIDADE

A nova estrutura para o segundo pavimento, em MLC de eucalipto, foi escolhida por seu conceito sustentável, sua beleza estética e pela leveza do material. Com peso inferior ao da alvenaria e dos telhados antigos, não houve necessidade de novos cálculos para adequação de projeto estrutural. A MLC é renovável enquanto matéria-prima, apresenta alta resistência mecânica, vencendo grandes vãos e balanços, o que possibilita bastante liberdade no projeto. Por ser industrializada, permite rapidez de execução e limpeza nos canteiros da obra. No piso, a arquiteta optou por tecnocimento na cor terra, já que Avaré é conhecida pela terra vermelha.

ARQUITETURA, DECOR E PAISAGISMO AFINADOS

Lareira suspensa, adega climatizada e inserção de cores em pontos estratégicos, com destaque para a bancada da cozinha em silestone laranja, para a estante em laca amarela que "abraça" o sofá do home theater, para a parede 3D, também amarela, que demarca visualmente a área da mesa de sinuca e parte do mobiliário da piscina, em fibra sintética turquesa foram os pedidos especiais dos clientes.

A decoração assinada por Débora Stefanelli entrou em total sintonia com o conceito do projeto, assim como o Paisagismo de Maria Consuelo Grossi. Na área externa, o jardim encanta os olhares mais exigentes. Em perspectiva, as águas da piscina e da represa quase se fundem em uma só; e a fileira de palmeiras protege a fachada principal, sem tirar a vista para a represa.

"Gosto de projetar pensando que a arquitetura resolverá grande parte da decoração. O concreto e a madeira se diferenciam e complementam com pesos e sensações opostas. A divisão de espaços do projeto, num jogo de cheios e vazios, também foi pensada para conferir mais leveza à grande dimensão do projeto,", avalia a arquiteta.

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Fotos: Tuca Reines